Diogo Pereira

Hoje, Diogo Pereira é um tema de grande relevância e interesse na sociedade. O seu impacto reflete-se em diferentes áreas, da política à tecnologia, passando pela cultura e pela economia. Diogo Pereira gerou discussões acaloradas, mudou a forma como as pessoas veem o mundo e desafiou estruturas estabelecidas. Neste artigo, exploraremos em profundidade a influência de Diogo Pereira em nossas vidas e como ela moldou nossa percepção do mundo que nos rodeia. Desde as suas origens até ao seu impacto atual, Diogo Pereira deixou uma marca indelével na sociedade moderna.

Diogo Pereira foi um mercador, navegador e diplomata português do século XVI.

Pertencia à poderosa família dos Pereiras, ligada às origens de Macau, gozando de estreitas relações com os jesuítas. A família Pereira, de acordo com o historiador Luís Filipe Barreto, era uma autêntica "família-empresa", que operava em Macau e que se ocupou de organizar o sistema alfandegário da cidade, em conformes aceitáveis para os magistrados chineses da província de Cantão, debelando assim os atritos que na década de cinquenta se faziam sentir entre moradores e mercadores, em Macau.

Diogo Pereira, desde a década de 40 do século XVI, que comercializou pelas costas do mar do Sul da China, assumindo-se como um mercador escanado e solerte.

Ilustração da antiga Macau, com destaque para o convento Jesuíta. Os Jesuítas gozavam de estreitas relações com os Pereiras, pelo que se puderam alicerçar nessas boas relações para se estabelecerem em Macau.

O clã dos Pereiras, então encabeçado por Diogo Pereira, aproveitou o estabelecimento do diplomata Leonel de Sousa, e dinamizou o triângulo mercantil Ocidente-China-Japão, para os mercadores portugueses.

Em 1548 participou, juntamente com Galiote Pereira, filho do alcaide-mor de Arraiolos, na defesa de Aiutaia, então capital do reino do Sião, face aos assédios do reino do Pegu, por molde a salvaguardar os interesses do Estado Português da Índia na região. Ainda no mesmo ano, ordenou a Galiote Pereira que levasse os seus juncos para a costa da província chinesa de Fuquiém, a fim de tentar escoar as mercadorias e despojos que lograra obter no Sião, sob condição de depois regressar a Malaca.

Contudo, em 1549, os juncos de Diogo Pereira, confundidos com embarcações piratas pelas autoridades chinesas, foram obrigados a atracar à margem da costa de Fuquiém. Galiote Pereira, que viria a redigir a crónica «Algumas Cousas Sabidas da China», obra em que dá a conhecer ao povo português as suas vivências e peripécias pela China, começa a sua narrativa exactamente nesse momento, em que foram obrigados a atracara em Fuquiém.

Em 1552, foi nomeado embaixador na China, com a missão de acompanhar os jesuítas de São Francisco Xavier na viagem até Pequim. No caminho, porém, o missionário morreu, tendo sido sepultado na Ilha de Sanchoão. Fernão Mendes Pinto, na sua Peregrinação, por seu turno, relata que Pereira mais tarde exumou o corpo de Xavier desse primeiro jazigo, tendo-o levado para Goa, onde foi novamente sepultado.

Em 1558 é nomeado pela população local Capitão de terra do Porto de Amacau. Gil de Góis, cunhado de Diogo Pereira, parte de Goa a 27 de Abril de 1563 para Macau na nau do cunhado, sob a comenda real de apresentar embaixada à china. Além do presente para o Imperador, Gil de Góis trazia consigo o decreto real, onde constava que ele ou Diogo Pereira, se aquele assim o desejasse, deveriam ir à China, como embaixador. Nessa embaixada foram acompanhados pelos clérigos da Companhia de Jesus, para, pela quarta vez, se tornar a envidar a catequização do Império chinês, depois das tentativas de Francisco Xavier, Belchior Nunes Barreto e Luís de Fróis.

A carta régia, que foi entregue a Diogo Pereira, dava-lhe a oportunidade de escolher, entre ser embaixador à China, ou ficar em Macau com o cargo de capitão-de-terra de Macau, e já não apenas do porto. Diogo Pereira optou por governar Macau, que em 1562, já orçava entre 800 a 900 moradores portugueses e já esboçava os primeiros litígios judiciais, começando a justificar-se a necessidade de estabelecer um juiz permanente, para os sanar.

De acordo com a historiadora Beatriz Basto da Silva:

— “cargo de capitão-de-terra, o primeiro tipo de governo autónomo de Macau, Diogo Pereira, seu inicial ocupante (a 23-VIII-1562), continuou em exercício até 1587. As relações económicas com a China e com a Carreira das Índias passavam por este ofício que punha os lucros das viagens ao serviço da política.”

Depois de assumir a capitania do governo de Macau, terá nomeado Luís de Camões para o cargo de provedor dos defuntos. A Diogo Pereira se deveu a nova organização e a lesta metamorfose do singelo povoado que era Macau numa cidade de pleno direito.

De acordo com o historiador chinês Tien-Tsê Chang:

«(...)os chineses seguiam com alguma perplexidade este crescimento, dentro dos limites do seu território, o que, de certo, explica o ‘irregular tratamento’ – ora generoso, ora de suspeição – para com os portugueses.» «Macau em 1563 contava “com 900 pessoas, sem incluir as crianças. Para lá destes residentes, havia vários milhares de estrangeiros comerciantes, criados e escravos (de Malaca, da Índia e de África).»

Enquanto representante dos mercadores e assecla da Companhia de Jesus, Pereira procurou impedir o capitão de Malaca, D. João Pereira, de ficar com o comércio privativo das ilhas de Cantão . Subsequentemente, entrou em conflito com os interesses da nobreza portuguesa, acabando por ser destituído do cargo em 1565, pelo governador João de Mendonça, que entretanto nomeou D. João Pereira, para o suceder na condição de capitão-mor de Macau, bem como lhe conferiu o cargo de provedor dos defuntos.

De acordo com o historiador Luís Filipe Barreto:

«O choque pessoal entre o muito rico nobre mercador da mais baixa nobreza, Diogo Pereira, e o rico nobre mercador, da mais alta nobreza, D. João Pereira, é apenas mais um episódio das contradições e conflitos sociais internos do mundo português na Ásia»

Em 1566, foi encarregado pelo cunhado, Antão de Noronha, então vice-rei da Índia, de comandar uma das naus da esquadra que combateu os mouros o Oceano Índico.

Em 1568, casou com Claúdia da família Martins na sua regressa a Portugal trazendo muitas riquezas de macau assim construindo o mosteiro dos Pereira

Referências

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  2. a b RIBEIRO, Eduardo Alberto Correia. Camões "nas partes da China" Arquivado em 3 de setembro de 2013, no Wayback Machine.
  3. a b c Barreto, Luís Filipe (2006). MACAU - Poder e Saber, séculos XVI e XVII. Lisboa: Editorial Presença. 412 páginas. ISBN 9789722336291 
  4. a b c d e «Diogo Pereira ou Gil de Góis Embaixador à China». Hoje Macau. 30 de setembro de 2019. Consultado em 12 de março de 2021 
  5. Loureiro, Rui (1992). Algumas Cousas Sabidas da China - Galiote Pereira. Coimbra: Imprensa de Coimbra. p. 8. 68 páginas  «Em 1548 acompanhou Diogo Pereira (o grande amigo do padre Francisco Xavier) ao Sião, onde participou na defesa de Ayutaia, a capital siamesa, contra os ataques do vizinho rei do Pegu.»
  6. Loureiro, Rui (1992). Algumas Cousas Sabidas da China - Galiote Pereira. Coimbra: Imprensa de Coimbra. p. 8. 68 páginas  «Nesse mesmo ano, Galiote Pereira partiu para a China, ao serviço de Diogo Pereira. Este importante mercador não tendo conseguido vender no litoral chinês toda a fazenda que trouxera do Sião, regressou a Malaca em 1549, deixando os seus dois juncos carregados de mercadorias, ao largo da província chinesa de Fukien, com trinta portugueses a bordo. Deste grupo fazia parte Galiote Pereira. Os portugueses deveriam tentar vender as mercadorias, antes de poderem regressar a Malaca.»
  7. Loureiro, Rui (1992). Algumas Cousas Sabidas da China - Galiote Pereira. Coimbra: Imprensa de Coimbra. p. 13-14. 68 páginas  «E porque foi o princípio dos nossos trabalhos e de virmos a saber desta terra esta comarca de Foquiem, por aqui começarei.» «(Nota. 3) Província de Fukien. Os dois juncos pertencentes a Diogo Pereira, nos quais viajava Galiote Pereira e os seus companheiros foram capturados pelas autoridades marítimas chinesas, ao largo de Fukien em 1549.»
  8. Loureiro, Rui (1992). Algumas Cousas Sabidas da China - Galiote Pereira. Coimbra: Imprensa de Coimbra. p. 8. 68 páginas  «(...) a situação no Sul da China alterara-se profundamente, e os dois juncos foram capturados pelas autoridades marítimas chinesas, que os tomaram erradamente por embarcações dedicadas à pirataria»
  9. As três ilhas chinesas que guardam testemunhos históricos portugueses. Tribuna de Macau - Memória, 21 de março de 2009
  10. PINTO, Fernão Mendes. Peregrinação. Pags 607-619
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  12. Roteiro Cronológico de Camões no Oriente - III. Tribuna de Macau - Memória, 12 de junho de 2009
  13. a b Zhang, Tianze (1933). Sino-Portuguese Trade from 1514 to 1644: A Synthesis of Portuguese and Chinese Sources (em inglês). : Brill Archive 
  14. BARRETO, Luís Filipe (2006). MACAU - Poder e Saber, séculos XVI e XVII. Lisboa: Editorial Presença. 412 páginas. ISBN 9789722336291 
  15. FARIA E CASTRO, Damião António de Lemos. História geral de Portugal e de suas conquistas. Pags. 309-311

Precedido por
Pero Barreto Rolim
Capitão-Mor de Macau
15631565
Sucedido por
João Pedro Pereira